Rotatórias

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Estou tão cansada de andar em círculos em volta de mim mesma

Dessas mesmas perguntas, dos mapas que não me levam a lugar algum

Das coisas que não me tocam a alma, do que não é dito

Estou farta do palco que criei por conta própria, presa ao personagem infantil que anseia por salvação

E mesmo que eu saiba todas as respostas

Estou novamente em cena, fazendo a plateia sorrir com minha indecisão

Me persigo insistentemente, tento matar você em mim

Tento matar a responsável por chutar os meus sapatos e me fazer tropeçar

Sigo seu rastro

E me encontro no mesmo lugar

Naqueles espelhos d’agua

No reflexo tão temido por mim.

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